Teu amor me desgasta!
Eu, tecido preto à seco lavado, evito água do teu pranto para o céu de quem olha da calçada não acinzentar. Varal em alta sacada estendido, daonde pinga minha espessa tinta de sangue posta a quarar. Passo a ferro quente por dentro quando o vento infla, engravida ego. Não quero me apegar à nada desbotado. De noite a chuva dança como quem não tem par. Recolhida a roupa, reposta no corpo roto do magro, tamanho encolhida. Ódio gordo quando tudo não se encaixa.
Ensina-me a costurar sem rasgar tua vida.
2 comentários:
Muito lindo, Paola. Lindo demais, pura poesia.
Já virei tua fã.
beijo lá das flores
Lola,
bonito sujo belo poema.
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