sexta-feira, dezembro 01, 2006

MASOQUISTA


Sorvi o copo com água envenenada
E suei e urinei pelos cantos das pálpebras

Sem deixar o veneno se instalar em todo veio
Mas o sono veio feito droga

E acordei e sonhei ainda o dia por longa hora

Vampirizada, dependurada no teto pontacabeça

Num paradoxo sacroprofano fundo:
Fitar o chão estando no topo
Estar alto beijando a sarjeta

Com aquele copo seguro na mão
Tal inseguro guru em meditação...
Continha fuligem na água bebida

Que me rompeu os elos da corrente sangüínea
Desmaio em Junho, juro desgosto setembro eleven
Deram-me a substância do etéreo embebida
Cheirei algodão como cadáver
E voltei e soprei a vida
Pois meu santo de barro é de pau oco
A Terra é oca também,
Por isso ressuscitar necessito.

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