terça-feira, outubro 10, 2006

Não Jogue Papel No Chão!

Era uma vez um papel que se dizia gente. Frágil, pálido, amassado a cada história mal escrita. Não se deixava penetrar por nenhuma tinta mais visível, preferia ser apagado com o esmero convicto de que a próxima palavra será sempre a correta. Mas não era, nem havia. Ele queria a perfeição. Justo ele, oriundo de uma árvore abatida pela natureza bruta do homem... Novo em folha, borrado, rasgado, reciclado. Só que quanto mais se recicla, mais cai a qualidade. Daí faz-se papel de palhaço, um papelão abandonado ao vento a seduzir as vistas dos pobres catadores de lixo. Um dia descobriu lendo o vazio de si próprio que o melhor então é deixar-se ser rabiscado, que não ter servido nem para limpar a bunda!

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