domingo, setembro 10, 2006

INSONETO



Presa à madrugada por livre arbítrio do silêncio
Um átrio atrai o desejo sanguinolento ao punho
Que tenta descrever sensações em vão ágil
Frágil tal a pluma ditando confissões ao vento

Atrai esperança, borboleta, asa e mais asa
Que se mete janela adentro.
É meu espírito que chama, toca a natureza
Cheirando alto feito o cio da noite em brasa

Música Mozart a moldar a Arte supremacia
Com mãos de fada a tocar a flauta mágica
Trágica não é a dor que me consola
Mas a sola do sapato do outro a pisar o dia

Gosto do escuro gelado que azulina a hora
Piam uns pássaros, o verde se amola,
Mas do outro lado do mundo é diferente
A gente dorme enquanto sente aurora

O sono chega tarde, é cedo da manhã
Insone por causa da ruidosa rua quando claro
Não queria carro, queria o deserto da praia
E a irmã nuvem no horizonte a garoar

Lágrimas bebidas de riso frouxo no fundo
Mar aberto a pescar a si próprio em ilha
Maravilha de navegar, leme preciso
E o lema do viver é necessário


Paola Benevides

2 comentários:

Anônimo disse...

Hum...Poema lindo e com um estilo simbolista, ao mesmo tempo moderno.Ah aprecio sonetos, mas até que os insonetos são envolventes.Não tem um no me do Autor.

tE vEJO NO PORTAL

Anônimo disse...

Parece inexplicável de se ver...
em um~sentimento inconfuso de solidão ou lembraçãs de um tudo q ainda não está nas mãos...
Aquele dos sonhos que não foi encontrado, mas que está nos ideiais traçados, que na increnças dos erros das palavras reinventadas,
Surge: INSONETO
Nelson Gazolla (poéta de algum canto)
marginalinverso.blogspot.com