terça-feira, setembro 05, 2006

A Casa do Lago (The Lake House)

A Casa do Lago (The Lake House)
How do you hold on to someone you've never met?

"Refilmagem de Siworae (Coréia do Sul - 2000), a Casa do Lago nos apresenta a duas pessoas que se apaixonam (rápido demais) e descobrem (mais rápido ainda) que seu amor é impossível, pois vivem em uma diferença temporal de 2 anos. Kate (Sandra Bullock) vive em 2006, e Alex (Keanu Reeves) em 2004. A insinuada metáfora ao relacionamento à distância talvez seja o ponto máximo da trama. Em certo momento do filme, a protagonista conta a uma amiga sobre o seu relacionamento à distância (de tempo), e esta, por sua vez, pensa que trata-se de um relacionamento à distância geográfica, essa cena merece aplausos por criar esta conexão entre as duas situações. Outro ponto bastante positivo são os diálogos criados entre os protagonistas. Mesmo sem se encontrarem, as cenas em que eles literalmente dialogam (em determinado momento frente a frente, olho no olho). Diálogos que percorrem interminavelmente este caminho de ida e volta entre 2004 e 2006, nos deixando sempre maravilhados a cada frase proferida pelos personagens. O filme alcança a perfeição na fotografia de David Tattersall "À Espera de um Milagre" e na oportuna trilha sonora de Paul M. van Brugge. Responsável por filmes como Valentin e Um Mundo Menos Pior, o diretor argentino Alejandro Agresti em boa parte da produçãoo aposta na fórmula de maior sucesso de filmes que exploram dois tempos distintos: a mutação repentina do cenário. Mas o faz com muito mais sutileza do que qualquer outro longa do gênero, proporcionando cenas incríveis, como a em que os protagonistas travam uma conversa atemporal numa praia, separados por uma árvore a cortar a tela em duas, unificando duas épocas distintas."

Tocou-me em profundo esta película pelas situações similares à minha realidade vivida tão intensamente estes últimos dias. Vivi o que não vivenciaria num mês ou num ano. É certo que a linguagem amorosa se extende, alcança o universal num clichê que, contraditoriamente, sempre se renova pelo fato da identificação com o ficcional. Não isso apenas. Sincronicidades marcaram a ida ao cinema, emocionei-me com tantas coincidências. Posso dizer que experimentei a distância em meu relacionamento, hoje concretizado e fadado às conseqüências do acaso. Sem nada ter sido por acaso, acredito que nada é. Por isso espanta. Muito ainda a construir. Quem ama a mim, quem ama comigo, compreende. Teremos a vida para contar o que não é ficção, nem fixação no subjetivo mundo das Artes... Paciência. Enquanto nossas personas se delineiam atraídas pelos personagens, enquanto a Arte se confunde com a Vida, vamos tecendo poesia e colhendo perfeição.

Estou lendo: PERSUASÃO, Jane Austen.
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