Estranhamente vislumbrei aquelas luzinhas coloridas de Natal em pleno despontar de Novembro... Mas já??? Vi os piscas-piscas derramados sobre uma árvore de condomínio, pensando na proximidade do fim. Do ano. Uma sensação de missão cumprida antes da hora, porque acho que vivi demais e estou vivendo demais em comparação com os outros 365 dias. 360 graus centígrados, uma bola de fogo experienciada feito aqueles drinques flambados, derramados goela a baixo por querer. Sofri o masoquismo que pedi a deus, embriagando meus sentidos com toda sede e sedentarismo, só para dar um intervalo à realidade nos finais de semana. O estômago queima de paixão, dessa vez, pela vida! Constatei. Os malabaristas de bar são atraentes com seus lenços de caveira, suas luvas de couro, sua aparência de quem não tem nada a perder, mas velocidar-se. Um dia fitei com a insistência de meu olhar perdido a agilidade, a proeza dos punhos de um malabar e isso bastou para que ele deixasse escorregar uma garrafa com um líqüido azul ao chão. O céu havia caído e eu achei aquele inferno o paraíso. Dancei todas as possibilidades de um Rock'n roll intempestivo e voltei para casa com a felicidade de um dia de ano novo.
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