segunda-feira, julho 03, 2006

LIBRE!


A pensar em modismos cegos cá comigo agora, indaguei aos meus botões sem casa o que faria caso me enfiassem um charuto no olho ao perambular pelas ruas de algum país insular americano. Perderia a oportunidade de ver todas as camisetas vermelhas com estampa do CHE mundo afora, decerto, e não mais poderia escrever em meu diário coisas afins. Pois sim, tenho um. Quereria eu ter uma motocicleta movida à coragem, ao invés de papéis moribundos trancafiados numa gaveta que ora se fecha comigo, ora se abre aqui. Experiências transcedentais de um corpo que não sabe nadar, porém quer saber o que tem Al Otro Lado Del Rio. Rema, ele me diz. Rema! Feito um rito de passagem, sem estar a boiar na terceira margem como bem disse Rosa, o Guimarães. Desabrocho com esses mestres. Aprendo a atravessar, explorando com calma, porque navegar é preciso e viver também o é.

Pouco li sobre
Marx, quase nada sei sobre a revolução. Viva la revolución! Bonito lema, acontece que odeio palanques saturados de impostores salivando promessas sobre nós, porque não há mais movimentos sérios como nas décadas idas, de uma geração verdadeiramente escrota e que grita até hoje, ecoando seus resquícios em nossa vontade juvenil de transformação. Temos a força, mas o pessimismo nos ameaça, alienação induzida pelos meios de comunicação de massa. Não quero ser amorfa, pão amassado pelas mãos desses diabos 'capetalistas' sem rédeas, desses cavalos selvagens que nem chegam sequer à ferradura de um Rocinante. Ferradura é coisa polida que dá sorte. Que se ferrem aqueles! Generalizar não é comigo, sei que há muito coração apaixonado capaz de sacudir o mundo, que ainda ouve Seixas sem medo de parecer cafona ou bicho grilo. Não é isso. Eu não sou, só desejo paz e amor pro universo e faço a minha parte sim, escrevo. Gosto de verter minhas boas vibrações pelas artérias. É um começo. Afinal, esse rio ainda há de desembocar num oceano inteiro e tocar a terra firme!

Al Otro Lado del Río

Jorge Drexler

Clavo mi remo en el agua Llevo tu remo en el mío Creo que he visto una luz al otro lado del río El día le irá pudiendo poco a poco al frío Creo que he visto una luz al otro lado del río Sobre todo creo que no todo está perdido Tanta lágrima, tanta lágrima y yo, soy un vaso vacío Oigo una voz que me llama casi un suspiro Rema, rema, rema-a Rema, rema, rema-a En esta orilla del mundo lo que no es presa es baldío Creo que he visto una luz al otro lado del río Yo muy serio voy remando muy adentro sonrío Creo que he visto una luz al otro lado del río Sobre todo creo que no todo está perdido Tanta lágrima, tanta lágrima y yo, soy un vaso vacío Oigo una voz que me llama casi un suspiro Rema, rema, rema-a Rema, rema, rema-a Clavo mi remo en el agua Llevo tu remo en el mío Creo que he visto una luz al otro lado del río

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