sábado, julho 22, 2006

FOSSA

Eu lá quero o desespero, esse sentimento ilhado cercado de zeros ao cubo encurralado! Vem o gelo apossar a alma feito demônio quente, pula em cima da gente que não vê nada.Eu lá quero nada! Um prato vazio já é suficiente, imóvel, branco para contrastar com minhas paredes descoradas de sombra e carcomidas de cal. Tremores. Abro a janela para apanhar o resfriado, apanhar da febre troglodita que fere silenciada entre os dentes batidos. Sim, também não entendo, só sei que não quero agasalho emprestado, nem fome, quanto mais o medo! Vim debaixo do chão do mar, mais amargo que chover. E agora sobre vivo. Gaveta jamais, sargeta. Comida não mais, sem volta. Quem olha pra isso? Quem olha pra isso? Ninguém saiu das cavernas, ela é amena. Sou só um capataz do oceano, sou só um capataz. Deixe-me aqui em meu lugar, não me renda esmola, eu me rendo à migalha de minha prórpia escória. Saia daqui, seu pobre! Saia daqui seu homosexapiens! Saia daqui escuridão petrolífeia proleferrada. Deixa eu curtir minha fossa. Cheira ela pra você ver! Cheira, seu doutor, dona menina! Essência pura do avesso dessa vida. Não estou desesperado, não, estou só... Só à espera da minha morte!!

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