sábado, dezembro 10, 2005

Oração de cor

Eu nunca vou dizer, vou amar, mas não é hora, ainda vou demorar
Vou deixar o peito roncar no travesseiro, sem previsão de acordar
Dar corda no morto momentâneo penso eu às vezes, reencarnar o vermelho
Indivisível das pétalas de mal-me-quer, pois bem, e eu não quero
Para quê? Meses, anos, desgastes temporais, sorrisos cegos, Luas
Só fases, eu estou cheia delas. Vou sair pra me encontrar comigo
Mesmo assim eu brigo, separação só de corpo e espírito
Os homens são duros nos punhos enrijecidos
Gozam dos anjos procurando os seus sexos
Propulsões de ímpeto não têm nexo
O meu eixo é a solidão

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