Minha audição, estritamente involuntária, põe-se a ouvir com espasmos impacientes a música estranha das ruas por que passa, sem mais estranhar a pobreza da capacidade de quem a produz e a mediocridade de quem a assimila. Preconceitos à parte? Por quê? Vim justamente assumir esse nojo entalado pela enésima vez! Mas com todo respeito, pois cada qual deve discernir ou engolir o que lhe atém o corpo ou o espírito.
Fortaleza é uma bela cidade, continuamente crescente, à qual desejo as maiores benesses. Minha terra, não há como negar, orgulha-me por sua beleza, por seu aconchego acalorado pela gente ensolarada. Entretanto, o que mais desestimula essa minha devoção meio ufanista, é deveras o seu mercado cultural tão restrito. Não sei se esse fato me alivia, por saber que o que considero bom não é banalizado ou se me entristece, por ver a maioria ouvir certas sonoridades ocas, sem se dar conta do mal que fazem a si próprios. E mais: fazem enorme mal também ao próximo, pois em qualquer esquina há um cidadão com o volume do seu som no máximo, em uma exibição desrespeitosa e egocêntrica de suas preferências ditas musicais.
O Forró atual, em particular, é o que acho de mais grotesco e insuportável. Foi-se o tempo em que as boas letras de Luiz Gonzaga honravam esse ritmo com verdadeira maestria. Saudades! Felizmente Zé Ramalho, Elba, Alceu Valença, Fagner e tantos outros ainda nos mostram caminhos frutíferos na MPB. O lixo anda irreciclável e elitizado ultimamente. A onda agora é um tal de forró pop, ‘construído’ a partir da melodia d’algum hit internacional o qual logo é revestido por uma roupagem em estado bruto, brutalizado com alguma letra óbvia e comercial, que logo cai no agrado e na boca do povão.
Engraçado, tornou-se uma mania nacional deturpar as nossas raízes ou a essência da musicalidade global, julgando ser determinado estilo o que na realidade não é. Se aqui na morada eterna de Iracema se faz um forró inautêntico, há também o maravilhoso Rio com suas idiossincrasias bizarras. Refiro-me aos bailes “funk”, do “batidão”. Esse não é o Funk tradicional negro vindo de fora, dotado de uma ginga bem compassada a lá James Brown, absolutamente. Eis os sinais da nova era catastrófica dando as caras por aí! Pobres de nós pobres-diabos se prosseguirmos assim com modinhas dançantes e passageiras. Temo o que virá nas próximas gerações, temo a música vindoura como mera cópia mal-feita dos sucessos do passado, temo ver nossas fontes se esgotarem em intelecto e se estagnarem num lodo corrosivo por completo.
Fortaleza é uma bela cidade, continuamente crescente, à qual desejo as maiores benesses. Minha terra, não há como negar, orgulha-me por sua beleza, por seu aconchego acalorado pela gente ensolarada. Entretanto, o que mais desestimula essa minha devoção meio ufanista, é deveras o seu mercado cultural tão restrito. Não sei se esse fato me alivia, por saber que o que considero bom não é banalizado ou se me entristece, por ver a maioria ouvir certas sonoridades ocas, sem se dar conta do mal que fazem a si próprios. E mais: fazem enorme mal também ao próximo, pois em qualquer esquina há um cidadão com o volume do seu som no máximo, em uma exibição desrespeitosa e egocêntrica de suas preferências ditas musicais.
O Forró atual, em particular, é o que acho de mais grotesco e insuportável. Foi-se o tempo em que as boas letras de Luiz Gonzaga honravam esse ritmo com verdadeira maestria. Saudades! Felizmente Zé Ramalho, Elba, Alceu Valença, Fagner e tantos outros ainda nos mostram caminhos frutíferos na MPB. O lixo anda irreciclável e elitizado ultimamente. A onda agora é um tal de forró pop, ‘construído’ a partir da melodia d’algum hit internacional o qual logo é revestido por uma roupagem em estado bruto, brutalizado com alguma letra óbvia e comercial, que logo cai no agrado e na boca do povão.
Engraçado, tornou-se uma mania nacional deturpar as nossas raízes ou a essência da musicalidade global, julgando ser determinado estilo o que na realidade não é. Se aqui na morada eterna de Iracema se faz um forró inautêntico, há também o maravilhoso Rio com suas idiossincrasias bizarras. Refiro-me aos bailes “funk”, do “batidão”. Esse não é o Funk tradicional negro vindo de fora, dotado de uma ginga bem compassada a lá James Brown, absolutamente. Eis os sinais da nova era catastrófica dando as caras por aí! Pobres de nós pobres-diabos se prosseguirmos assim com modinhas dançantes e passageiras. Temo o que virá nas próximas gerações, temo a música vindoura como mera cópia mal-feita dos sucessos do passado, temo ver nossas fontes se esgotarem em intelecto e se estagnarem num lodo corrosivo por completo.
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