sábado, março 14, 2009

Sangria

Vinho-me em brinde explícito aos que nunca sentiram nojo do meu sangue! Aos que sem constrangimentos nem ardores sorveram de meu corpo a fluidez mais feminil, a consequência mensal não geradora de filhos, pela ruptura ovular e lavagem do cosmos. Que tilintoso seja o toque dos que souberam degustar de minha taça açúcares, rubis e calores, aqueles vapores de festa ao cessar a noite entre danças de ventre e luar. Copos em êxtase descansados no suor vermelho das bocas. Um pardo ao tom róseo pela recepção do gozo, fluidos que se cristalizam. É nesta fusão que saúdo lobos famintos de cio, atraídos em faro pelo rubro liquidismo. Aos vislumbradores da beleza ante a menarca e ante o florescer de uma mulher dôo meu gole voluptuoso! São estes os reais destemidos dos espinhos supostos, pois empunham seus talos e plantam prazer em terra firme, depois tomam banho de perfumes com um quê de abençoados.

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