sábado, novembro 12, 2005

What, Me Worry?

Se se ri demais, olhares tortos condenam, riem de ti ou por contágio ou por desdém
Se se muito chora, olheiras e olhos inchados,
e todos se afastam de um modo ou de outro

Se o riso é de canto de boca, os olhos não riem junto, não há o brilho da sinceridade
Monalisa é falsa, mas a pintura é original,
Da Vinci bem conhecia os pormenores anatômicos

Os Loucos são mais felizes porque são instintivamente verdadeiros, mas nada óbvios
Crises de riso são a melhor coisa, fazem os ombros dançarem, a barriga contrair em uma dor gostosa, o canto da boca ficar dolorido, deixam as gengivas e os dentes à mostra quando não se leva a mão ao rosto, É preciso até coragem para sorrir,
este ato exige o desapego das vaidades

Uns choram de tanto rir, ficam corados, exibem seus sinais
de beleza, os furos nas bochechas

Instantes de alegria intensa e um quê de nervosismo, Ri-se dos outros facilmente,
Difícil é rir de si próprio com propriedade, Chora-se de felicidade,
Tudo é tão tênue, tão próximo, A emotividade é o que há
de mais espontaneamente paradoxal no ser humano

Mas há também aquele riso maléfico, irônico, mascarado, proposital e ameaçador
Humor negro, branco, Inglês, pobre, rico, cult, tosco, o que vale é fazer humor bom, não bom-humor apenas, Rapazes alegres também podem ser cômicos,
com ou sem micos, Risos de sedução, Transtornos de humor

É risível a tristeza dos palhaços desenhada no rosto
e mais que natural a alegria noturna dos góticos

Atores, todos somos atores de um circo de horrores,
anões não têm graça e nem enterro, ninguém nunca viu

Novas carpideiras serão contratadas, gás do riso, maconha e cóssegas nos pés até se mijar de rir
Crianças são mais contentes, mais leves, machucam-se e só vêm a chorar minutos depois, Vamos rir da nossa desgraça! E quem já não riu?


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