Não, não posso ser daqui. Meu espírito insiste em ir de encontro às cores típicas do meu país, à cultura parcamente autêntica de um povo feliz, apesar dos pesares. Até admiro esse lado carnavalesco da alegria escancarada em corpos tropicais, mas todo esse calor pouco me apraz. Ah, como gostaria de prescruar outras paisagens, o Fog da atmosfera londrina, as verdejantes montanhas irlandesas e os lúgubres castelos da Escócia! Caminhar pelas ruas e fitar o rosto do diferente, assumir um estilo sem temer as vaias do preconceito provinciano. Sentir o bafo do gelo no falar da língua britânica, o pulsar sonoro por debaixo d'um casaco de couro, as pisadas ansiosas ao adentrar museus, Pubs e bibliotecas vastas. Não, não vou continuar aqui por muito tempo, pretendo ir em busca das minhas raízes loucas e ancestrais. Um dia um médium me revelou algo sobre minhas vivências passadas, o que até explica essa minha afinidade com o que vem de lá e esse meu desconforto espiritual em terras não-estrangeiras. E enquanto não mato as saudades dum passado longínquo, vou me contentando com a Música e o Cinema europeus sob um singelo ar-condicionado, sorvendo alguma bebida quente...
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