(Sylvia Plath 1932-1963)
Vim questionar as almas atormentadas. Por que todas elas têm imensa profundidade e força ocultas na fragilidade quase irracional de seus sentimentos? Sylvia escreve como quem assassina um inimigo. Ela suja o sorriso branco dos homens que a provocaram intensa mágoa com o inverno sangrento das suas palavras. Tinha 8 anos quando perdeu o pai por graça ou desgraça do acaso. Na adolescência, fracassou na tentativa de suicídio tomando pílulas para dormir. E quando era apenas uma metade ambulante à procura de outra metade revestida de vazio, casou-se com Ted Hughes, famoso poeta. Abandonaram seus ofícios de professor e os EUA para viver só de poesia, em Londres. Plath, considerada uma escritora completa, porém alternativa, era muitas vezes ofuscada pelo talento do marido. A vida de casada pareceu estancar sua verve. Divorcia-se de Hughes ao descobrir que fora adúltero, mas antes têm um casal de filhos.
Sofre de uma neurose aguda e todo seu sofrimento parece ser proporcional à maturidade de seus escritos. A dor pungente e constante lhe proporciona instantes de inspiração suprema, passando a escrever compulsivamente através do que ela dizia ser Deus. Sua literatura, reflexo de uma vida atormentada, confessa seu espírito por meio de imagens ricas e mórbidas, com a presença marcante da morte e da alvura lunar, cadavérica. Mata-se em 11 de fevereiro de 1963, com 30 anos de idade, ao inalar gás de cozinha.
Mas Sylvia não apenas destruiu sua identidade, não foi apenas um fim, pois a morte pode também assinalar o início de um novo ciclo. Talvez toda a sua obra e magnífica poesia buscasse um único sentido: o da transcendência...
Sofre de uma neurose aguda e todo seu sofrimento parece ser proporcional à maturidade de seus escritos. A dor pungente e constante lhe proporciona instantes de inspiração suprema, passando a escrever compulsivamente através do que ela dizia ser Deus. Sua literatura, reflexo de uma vida atormentada, confessa seu espírito por meio de imagens ricas e mórbidas, com a presença marcante da morte e da alvura lunar, cadavérica. Mata-se em 11 de fevereiro de 1963, com 30 anos de idade, ao inalar gás de cozinha.
Mas Sylvia não apenas destruiu sua identidade, não foi apenas um fim, pois a morte pode também assinalar o início de um novo ciclo. Talvez toda a sua obra e magnífica poesia buscasse um único sentido: o da transcendência...
PALAVRAS
Golpes
De Machado que fazem soar a madeira,
E os Ecos!
Ecos partem do centro como cavalos.
A seiva
Jorra como lágrimas, como a
água lutando
Para repor seu espelho
Sobre a rocha
Que cai e rola,
Crânio branco
Comido por ervas daninhas.
Anos depois as encontro
Na estrada -
Palavras secas e sem rumo,
Infatigável bater de cascos.
Enquanto
Do fundo do poço estrelas fixas
Governam uma vida.
(Tradução: Ana Cristina César)
Golpes
De Machado que fazem soar a madeira,
E os Ecos!
Ecos partem do centro como cavalos.
A seiva
Jorra como lágrimas, como a
água lutando
Para repor seu espelho
Sobre a rocha
Que cai e rola,
Crânio branco
Comido por ervas daninhas.
Anos depois as encontro
Na estrada -
Palavras secas e sem rumo,
Infatigável bater de cascos.
Enquanto
Do fundo do poço estrelas fixas
Governam uma vida.
(Tradução: Ana Cristina César)
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