Falta-me sempre a companhia de velhos tempos não vividos. De quando em quando bate aquela sensação de esquecimento, feito água forte lambendo as pedras e apagando tudo o que foi nelas escrito. Tenho saudades das frases soltas ao vento, não ouvidas, não ditas, não concluídas no momento. Tenho saudades do vento a sussurrar a língua do mar dentro de um búzio. Uma ausência não sei de quê me faz doer o peito, a morte d'um ser, o desejo não correspondido... Mas só a carne machuca. O espírito não se quebra. Invento a felicidade num rápido gracejo, almejando sorver d'um copo de vidro de vida a saciação eterna.
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