domingo, julho 23, 2006

com TATO

O tato é o sentido que marca, no corpo, a divisa entre Eros e Tânatos. É através do tato que o amor se realiza. É no lugar do tato que a tortura acontece.

É mais que desejo, é conspiração cósmica. Tremendamente trêmulos, seios arfantes e pêndulo a perdurar dentro do meu ser. Acesos, postos contra o outro, postes alumiando em ouro, sigo te entregando o meu querer. Toma minhas mãos nas tuas vestes, arranca com meu tato a dente, a ferro e fogo a mágica. Condão meu profundo e cálido, tira a lebre alva da cartola, fértil, dócil docemente. Me sabes o tanto quanto te sei, sem necessitar contato, falamos em verso e prosa brotado da transpiração insaciada. Se bem, necessitamos um do outro, feito a língua precisa de boca e a boca pulsa o coração. Febre de almalegre, febre de constatação de estarmos mais que vívidos, plenos. Ritmados na empolgação indelével de sermos jovens em canção, ao alcance do silêncio nossa união. Etéreos, ternos e repletos da eternidade do outro. Amém, à menção do que é certo, palpável e absoluto, superlativo!

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